Cefaleia é o termo médico usado para a conhecida “dor de cabeça”, um problema muito comum entre a população.
Sabia que existem mais de 150 tipos de dores de cabeça? E elas podem ser primárias (sem uma motivação externa — ou seja, a dor de cabeça é uma doença em si) ou secundárias (desencadeadas por outros males, como gripes, sinusites e, até mesmo, aneurismas e tumores). Por isso é tão importante consultar um neurologista caso você sofra com algum tipo de cefaleia. Ele poderá indicar o tratamento preciso para cada caso.
Veja abaixo os tipos mais comuns de dor de cabeça:
Enxaqueca
Também chamada de migrânea, a enxaqueca é uma forte dor de cabeça que pode durar de 4 a 72 horas (se não tratada). Com frequência, a dor é de apenas um lado da cabeça (pode haver variação de lado entre as crises), e é latejante. A intensidade da sua dor pode ser tanta que atrapalha a realização das atividades diárias do paciente.
A dor pode vir acompanhada de fotofobia, que é uma intolerância à luz (o paciente precisa ficar no escuro para se sentir melhor); e de fonofobia, intolerância aos barulhos (a pessoa com enxaqueca precisa de silêncio para se sentir melhor). O distúrbio também pode ocasionar irritabilidade, enjoo, vômitos, entre outros sintomas.
A enxaqueca pode ocorrer em qualquer idade, mas se manifesta mais em adolescentes e adultos jovens, sendo que as mulheres, no geral, são mais afetadas do que os homens.
Há vários gatilhos que desencadeiam uma crise de enxaqueca, portanto é importante consultar o neurologista para que ele analise o histórico familiar, assim como o estilo de vida do paciente.
Cefaleia Crônica Diária
Mais rara, a Cefaleia Crônica Diária atinge cerca de 5% da população adulta mundial. Ela é caracterizada por sintomas de dor de cabeça quase todos os dias. O critério básico para defini-la é ela ter ocorrido pelo menos por 15 dias, por um período mínimo de 3 meses.
Ela se divide em alguns subtipos, sendo os mais comuns a enxaqueca crônica e a cefaleia tensional crônica.
Normalmente, quem tem dor de cabeça diária pode ter outros problemas de saúde, tais como distúrbios reumatológicos ou ortopédicos, fibromialgia, síndrome miofascial, artrose ou hérnias de disco, depressão, ansiedade, obesidade, entre outros.
Um problema comum em quem sofre com a cefaleia crônica é a ingestão frequente de analgésicos. Este uso indevido (e sem receita médica) leva à perpetuação do ciclo da dor. Neste caso, também, é importante consultar o neurologista, para identificar o tratamento ideal.
Cefaleia em Salvas ou “Cluster Headache”
O distúrbio tem esse nome pois a dor é descrita como uma “facada” ou “pontadas finas penetrantes”. É o tipo mais intenso de dor de cabeça.
Normalmente (mas nem sempre), essas pontadas aparecem em volta de um dos olhos. Cada dor tem duração de 15 minutos a três horas, pode aparecer em dias seguidos ou alternados, e passar com ou sem ajuda de medicamentos. Este tipo compromete 0,1% da população, sendo mais comum em homens.
A dor, que é aguda, pode vir acompanhada de vermelhidão ocular (hiperemia conjuntival), lacrimejamento e entupimento nasal (às vezes com corrimento nasal) do mesmo lado.
Cefaleia Tensional
É o tipo mais comum de dor de cabeça. Ela é caracterizada por uma dor difusa, leve ou moderada, que causa a sensação de uma faixa apertando o crânio. Esse tipo de dor de cabeça pode ser episódica, durando menos de 15 dias por mês, ou crônica, com duração de mais de 15 dias por mês.
A dor de cabeça tensional não tem uma única causa. Em alguns casos, ela ocorre pela contração involuntária e crônica dos músculos da parte de trás do pescoço e couro cabeludo. A tensão pode ser desencadeada por repouso insuficiente, má postura e cansaço.
Outro gatilho é o estresse. Problemas particulares, desgaste emocional, incômodo no trabalho, ansiedade, entre outros fatores, podem potencializar o surgimento da dor.
Hipertensão Intracraniana Idiopática
Ocorre quando a pressão dentro do crânio aumenta sem motivo aparente. A condição pode acometer pessoas em qualquer idade, mas é mais comum em mulheres em idade fértil e acima do peso.
A doença surge devido ao excesso de fluído cérebro espinhal (líquor cefalorraquidiano), em decorrência da falha de absorção ou produção demasiada desse líquido. A causa ainda não é totalmente conhecida, mas a HII, pode estar associada a outras doenças, como a trombose venosa cerebral, medicamentos que provocam o excesso de vitamina A, hormônio do crescimento e tetraciclina.
Seus sintomas são semelhantes aos de um tumor cerebral. Dor de cabeça diariamente, dor atrás dos olhos, zumbido nos ouvidos, visão dupla ou turva, perda de visão repentina ou momentânea e inchaço no nervo óptico, são alguns dos sinais que devem ser observados.
Hemicrania Paroxística
Trata-se de um distúrbio mais raro: crise de dor de cabeça primária, caracterizadas por uma dor aguda, sempre de um dos lados, com duração curta, de 2 a 30 minutos, mas que ocorre várias vezes ao dia.
A crise é associada ao lacrimejo, congestão nasal, rinorreia (coriza) e suores faciais.
As hemicrânias paroxísticas podem ser classificadas em episódicas: podem passar um mês sem acontecer; ou crônicas: crises durante mais de um ano sem remissão ou com períodos de remissão mais curtos do que um mês.